"O tal fenómeno estranho."

Começo por abrir as janelas, sinto frio mas ao mesmo tempo sinto um calor que mete maluco, não sei explicar o que será. Der repente algo faz-me sair do quarto a correr e vou a correr em direcção a uma ponte, onde há um lago, onde a única coisa que brilha é a luz natural da Lua, onde há um silêncio enorme e apenas oiço um ruído de fundo.
Salto para água, começo por nadar e oiço cada vez mais próximo o ruído que me incomodava, não aguentava ouvir aquele barulho, era tão profundo como o lago que eu estava. Queria desistir, mas algo na minha mente dizia para continuar, porque a palavra “desistir” não consta no meu dicionário. Continuei a nadar e vejo duas pontes, uma das pontes era normal, de madeira rija enquanto que a outra era completamente oposta da outra, era de madeira fraca mas uma coisa esquisita é que no meio havia um monte de areia, subi para lá, suspirei e fechei os olhos. Alguém começou-me a falar, alguém começou-me a dar forças, alguém começou-me a encorajar, alguém começou-me a sussurrar ao ouvido, alguém começou a cantar músicas de embalar. Abri os olhos com espanto e por surpresa minha vejo uma menina, totalmente branca como o açúcar, com olhos azuis como o azul do céu, os seus cabelos loiros como a cor radiante do Sol e surpreendido pergunto: “Quem és tu? És tu que me estavas a dizer aquilo tudo? Quem és? Quem és? Diz-me, quem és?” ela delicadamente com uma voz sensível como nunca tinha ouvido diz-me: “Sou quem tu vês todos os dias durante a noite.” Ela fez-me uma festinha na minha cara, fez-me fechar os olhos outra vez e quando abro os olhos ela não está entre mim.
Começa a ficar escuro naquele sítio, começo por sentir frio mas também calor, começo a entrar em desespero por ficar escuro e não estar ninguém olho ao meu lado direito está a ponte com a madeira forte e olho ao meu lado esquerdo e está a ponte com a madeira fraca, começo a tentar pedir ajuda alguém mas não havia ninguém. Tento fazer “um dó li tá” mas as palavras nem me vinham à boca, tentava fugir mas nem conseguia mover os meus braços e as minhas pernas então que é na altura que alguém diz “Fecha os olhos, começa a pensar, tu és capaz!” começo então por fechar os olhos apesar do medo e começo a pensar e então, penso, penso, penso e penso e quando abro os olhos vejo ao meu redor e estou num caminho infinito, num caminho onde passo e vejo ao meu lado direito e esquerdo as pessoas que fazem parte de mim, as pessoas que me amam, também observo os momentos que passei e de repente vejo de novo a menina que disse que eu via ela todos os dias durante a noite e ela diz com um sorriso naqueles lábios rosados: “É este o teu caminho, o caminho da felicidade! Por mais obstáculos que hajam na vida, tu és capaz de superar, estamos contigo.” E tocou-me mais uma vez na minha cara e fechei os olhos e quando abri os olhos não estou na ponte, não estou no lago, estou apenas sentado a ver a luz brilhante da Lua e de repente ao olhar para a forma da Lua ela brilha e vejo a cara da tal menina e pensei para mim “És tu o tal fenómeno estranho.”